A FIFPRO, o sindicato mundial de jogadores de futebol, se mostrou descontente nesta segunda-feira com as mudanças recentes e temporárias que a Fifa fez quanto às regras de transferência na esteira do julgamento histórico que teve o jogador Lassana Diarra como protagonista, há dois meses.
O ex-jogador da seleção francesa Diarra desafiou as regras da Fifa devido a uma disputa com um clube que data de 2014, e o Tribunal de Justiça Europeu decidiu em outubro que algumas regras eram contrárias à lei da União Europeia porque restringiam a liberdade de movimento e eram anticompetitivas.
A Fifa, então, abriu um “diálogo global” e na segunda-feira publicou emendas provisórias que entram em vigor a tempo para a janela de transferências de janeiro. Elas “chegam a um acordo equilibrado”, disse a entidade máxima do futebol mundial, em comunicado.
Mas o sindicato global de jogadores foi contra as mudanças e acusou a Fifa de não conseguir chegar a um consenso. “Após o desafio bem-sucedido de Lassana Diarra contra a legalidade do Artigo 17 do Regulamento da Fifa sobre o Status e Transferência de Jogadores, a FIFPRO informou a Fifa sobre as condições sob as quais poderia negociar as emendas aos regulamentos para refletir a decisão”, disse o sindicato, em outro comunicado.
“Até agora, não conseguimos chegar a um consenso. Não concordamos com as medidas temporárias anunciadas pela Fifa que foram introduzidas sem um processo de negociação coletiva adequado. As medidas não fornecem segurança jurídica aos jogadores de futebol profissionais e não refletem o julgamento do Tribunal de Justiça Europeu.”
A Fifa disse que havia “um entendimento claro” entre todas as partes de que as medidas provisórias não têm impacto nas discussões em andamento sobre emendas de longo prazo às regras e introduziu mudanças provisórias para oferecer estabilidade e certeza para a próxima janela de transferências.
“A Fifa espera continuar sua cooperação próxima com as principais partes interessadas como parte do diálogo global lançado em outubro com o objetivo de desenvolver uma estrutura regulatória robusta, transparente, não discriminatória, objetiva e proporcional que se aplicará uniformemente ao futebol profissional em nível global”, afirmou a entidade.
O diretor jurídico da Fifa, Emilio Garcia Silvero, afirmou na rede social X (antigo Twitter) nesta segunda-feira que a próxima meta era ter “uma estrutura permanente que se alinhe totalmente com as visões do ECJ e tenha o apoio de todas as partes antes de julho de 2025”.