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Rússia quer que Síria restaure rapidamente a ordem após ofensiva dos rebeldes

O Kremlin disse, nesta sexta-feira (29), que queria que o governo sírio restaurasse a ordem constitucional na região de Aleppo o mais rápido possível após uma ofensiva rebelde que capturou território pela primeira vez em anos.

A Rússia, uma forte aliada do presidente sírio Bashar al-Assad, interveio militarmente ao lado de Assad contra os rebeldes insurgentes em 2015, em sua maior incursão no Oriente Médio desde o colapso da União Soviética, e mantém uma base aérea e uma instalação naval na Síria.

Rebeldes liderados pelo grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham lançaram uma incursão na última quarta-feira (27) em uma dúzia de cidades e vilas na província de Aleppo, no noroeste do país, que é controlada pelas forças de Assad.

Foi o primeiro avanço territorial desse tipo desde março de 2020, quando a Rússia e a Turquia, que apoia os rebeldes, concordaram com um cessar-fogo que levou à interrupção da ação militar no último grande reduto rebelde da Síria, no noroeste.

Aviões de guerra russos e sírios bombardearam uma área controlada pelos rebeldes perto da fronteira com a Turquia na quinta-feira (28) para tentar repelir os insurgentes, disseram fontes rebeldes e do Exército sírio.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou considerou o ataque rebelde uma violação da soberania da Síria e queria que as autoridades agissem rapidamente para retomar o controle.

“Quanto à situação em torno de Aleppo, é um ataque à soberania síria e somos a favor de que as autoridades sírias coloquem ordem na área e restaurem a ordem constitucional o mais rápido possível”, disse Peskov.

Questionado sobre relatos não confirmados do Telegram russo de que Assad teria voado para Moscou para conversar com o presidente russo Vladimir Putin, Peskov disse que não tinha “nada a dizer” sobre o assunto.

Entenda o conflito na Síria

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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