Comprometimento renal, problemas cardiovasculares e doenças na retina que podem levar à cegueira estão entre as diversas ameaças que rondam um paciente diabético com taxas de glicemia fora do controle.
O Dia Mundial da Diabetes, celebrado hoje (14), é um convite à conscientização e informação sobre a doença, além de ser uma oportunidade para disseminar boas notícias sobre avanços da medicina no cuidado do paciente diabético.
A MedSênior, por exemplo, que é um plano de saúde especializado no atendimento de idosos, focado em medicina preventiva e no bem envelhecer, tem desenvolvido, junto aos pacientes portadores de diabetes, uma iniciativa com boas respostas clínicas, como a reversão de complicações causadas pelo descontrole da glicemia.
Chamado de Prime Diabetes, o projeto é voltado para beneficiários portadores de diabetes que já viviam situações críticas de comprometimento da saúde de órgãos como os rins e os olhos.
De acordo com o superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior, o geriatra Roni Mukamal, o objetivo é garantir o controle da glicemia, buscando deter ou mesmo reverter as complicações da doença, por meio de um conjunto de ações envolvendo inovação do cuidado desde a captação até o fim do processo – da forma de abordagem e encaminhamento do usuário, à adesão ao tratamento, apuração dos dados e manutenção dos resultados obtidos.
Um exemplo prático é o caso de pacientes diabéticos que – por conta do comprometimento da retina que é um dos resultados do descontrole da glicemia – já faziam uso de injeções intraoculares numa tentativa de preservar a visão, já que os problemas causados pela diabetes podem levar à cegueira definitiva em um curto espaço de tempo.
Monitoramento na prática
Por meio do projeto, os beneficiários do plano receberam, sem custo extra, sensores e insumos que permitem o monitoramento constante por meio de um aparelho de medição digital, também doado, e de um app desenvolvido especialmente para a função.
“Foi desenvolvido todo um trabalho de motivação, engajamento e treinamento para o uso dos recursos disponíveis. O paciente entendeu que o controle da doença poderia estar, inclusive de forma literal, em suas mãos. Com acompanhamento multidisciplinar de uma equipe com acesso a informações sobre sua rotina, esse paciente ampliou as possibilidades de medição, com dados disponibilizados de forma online para médicos, enfermeiros e nutricionistas. Dessa forma, passou a receber orientação personalizada, podendo inserir detalhes sobre medicações, doses de insulina, alimentos consumidos, entre outros dados”, explica Roni.
Ao longo de seis meses, além do monitoramento realizado, o beneficiário realiza avaliações laboratoriais como a hemoglobina glicada, marcador que indica a glicemia média mantida pelo paciente de forma geral, e não apenas pontual.
Para se ter ideia, esse índice, entendido pela comunidade científica e de especialistas como um marcador cuja redução tende a ser mais difícil e demorada, sofreu melhora significativa: no início do projeto, 89% dos pacientes estavam com a taxa acima dos padrões recomendados. Passados seis meses, 64% desses já tinham a hemoglobina glicada sob controle.
Além disso, outro resultado impactante diz respeito aos pacientes que já faziam uso de injeções intraoculares para conter lesões de retina que levam à cegueira. Do total deles, 63% tiveram alta do tratamento oftalmológico, restabelecendo a visão antes de uma situação de cegueira irreversível.
“Estava quase morto e renasci”
Militar aposentado, o beneficiário Ricardo Alexandre Correia Barbosa, 57 anos, se emociona ao falar do programa e da nova vida que surgiu com o controle da diabetes. “Eu cheguei na MedSênior para a minha primeira consulta quase morto. E renasci. E isso me emociona muito”, afirma,
Ele conta que se tornou beneficiário da operadora pensando na urgência que tinha para controlar melhor a doença. “Eu não conseguia manter minha glicemia abaixo de 300. E me sentia muito mal. Dores nas pernas, formigamento nas mãos e pés… Na minha primeira consulta, a médica que me atendeu disse que faríamos uma parceria, que combinaríamos que nos ajudaríamos – a equipe médica faria a parte dela e eu faria a minha parte – para reverter a situação. Hoje, sei que nasci de novo”, ressalta.
Ampliação no cuidado
O sucesso do Prime Diabetes levou a MedSênior a adotar a mesma estratégia de cuidado junto a pacientes com outros doenças crônicas e que exigem monitoramento próximo e constante.
Há novas versões sendo desenvolvidas voltadas para doenças renais crônicas, problemas cardiovasculares, osteoporose e até doenças autoimunes, com acompanhamento de uma equipe multiprofissional, além de geriatras e especialistas, com duração que varia entre três e seis meses.
“São linhas de cuidado que levam em conta as melhores práticas para controle das doenças, buscando como objetivo maior levar para o dia a dia dos nossos beneficiários aquele que é nosso propósito: o bem envelhecer. Há um período de duração do programa, mas o aprendizado e os novos hábitos ficam, bem como a manutenção do acompanhamento mesmo que fora do programa”, afirma Roni Mukamal.