Trabalhadores denunciam atrasos e descaso; prefeito ainda não assinou aditivo necessário para regularizar pagamentos atrasados desde outubro.
Nesta quinta-feira (26), a crise na saúde pública de Itapemirim atingiu um novo ápice, com profissionais do consórcio Cim Expandida Sul novamente reunidos na Secretaria de Saúde para exigir pagamentos atrasados. Liderados por fisioterapeutas como Carol Faião, Patrícia Azzi, Nayla Marvila e Lucília Zanata, os trabalhadores relataram que, apesar de promessas públicas, o prefeito Antônio Rocha Salles ainda não assinou o aditivo de R$ 2,4 milhões necessário para regularizar os vencimentos de outubro, novembro e dezembro.
A fisioterapeuta Carol Faião explicou que o pagamento anunciado recentemente pelo prefeito cobriu apenas parcelas já comprometidas com dívidas anteriores, não atendendo aos meses acumulados. “Ele ficou enrolando e não fez o aditivo. Quando chegou agora, no dia 20 de dezembro, ele pagou a última parcela de 2024, mas essa parcela já estava comprometida. Ficou um combo de vários profissionais sem pagamento”, detalhou.
Além disso, Carol destacou que o prefeito prometeu, em entrevista à Rádio 88 Litorânea, resolver a situação, mas até o momento não houve avanços. “Estamos aqui novamente reivindicando o pagamento. Dentre os profissionais prejudicados estão técnicos de enfermagem, pessoal do resgate, dentistas, fisioterapeutas e médicos. A maioria dos prestadores da saúde do município são vinculados ao consórcio Cim Expandida Sul, onde está o débito”, reforçou.
Nota da Secretaria de Saúde
Em nota, o secretário de Saúde, Júlio César Carneiro, afirmou que, desde que assumiu a pasta em junho de 2024, tem trabalhado para sanar o déficit orçamentário herdado de gestões anteriores. Segundo ele, todos os atos necessários para solicitar o aditivo foram realizados, mas a decisão final cabe à Secretaria de Finanças e ao prefeito.
Nota informativa:
“Informamos que, na segunda-feira, dia 23/12/2024, os gestores da Secretaria de Saúde foram convidados a comparecer à Secretaria de Finanças para tratar da situação do consórcio. Na ocasião, ficou acordado que a Secretaria de Finanças realizaria a reserva orçamentária e encaminharia o processo n° 26548/2024 à Procuradoria Geral do Município (PGM) para emissão de parecer e, por conseguinte, à Secretaria Municipal de Saúde de Itapemirim para execução do aditivo.
No entanto, até o momento, o processo permanece sem movimentação, estando parado na Secretaria de Finanças desde o dia 09/12/2024. Ressaltamos que o pedido de aditivo foi realizado em 24/07/2024 e enfrentou atraso devido à ausência de dotação orçamentária. A Secretaria Municipal de Saúde de Itapemirim está disponível para demais esclarecimentos.”
A realidade dos trabalhadores
Patrícia Azzi, outra fisioterapeuta presente no grupo de profissionais, tem pressionado o Executivo municipal para uma solução imediata, pois, segundo ela, falta diálogo e transparência na gestão.
Críticas à administração municipal e à condução do prefeito Antônio Rocha Salles aumentam a pressão sobre o Executivo, que precisa tomar medidas urgentes para evitar o colapso completo dos serviços de saúde no município. “A responsabilidade é dele. Sem a assinatura no aditivo, não temos garantia de nada”, reforçou o grupo.
A equipe do Espírito Santo Notícias continuará acompanhando a situação e atualizando as informações.
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