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Príncipe herdeiro Saudita acusa Israel de cometer “genocídio coletivo“ em Gaza

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusou Israel de cometer “genocídio coletivo” em Gaza, em uma de suas críticas mais fortes ao país desde o início da guerra no ano passado.

Durante uma reunião de líderes de países islâmicos, sediada pela Arábia Saudita em Riad, na segunda-feira (11), o líder de facto do país afirmou: “O Reino reafirma sua condenação e recusa absoluta ao genocídio coletivo cometido por Israel contra o irmão povo palestino.”

O príncipe herdeiro, amplamente conhecido pelas iniciais MBS, também defendeu o Irã, em um contraste marcante com seus comentários de 2017, quando comparou o Líder Supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, a Adolf Hitler.

MBS pediu à comunidade internacional que “obrigue Israel a respeitar a soberania do Irã e a não atacar os territórios (iranianos)”.

A Arábia Saudita tem sinalizado recentemente um envolvimento político maior e mudanças em sua política em apoio aos palestinos.

No ano passado, o reino estava em processo de negociação de um histórico acordo de normalização com Israel, mas recentemente afirmou que essa possibilidade foi “retirada da mesa” sem a criação de um Estado palestino, uma demanda rejeitada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O Irã enviou seu primeiro vice-presidente Mohammad Reza Aref para a conferência de Riad, que, em seu discurso, lamentou as mortes do secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e dos líderes do Hamas, Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar. A Arábia Saudita é fortemente contra as milícias apoiadas pelo Irã, como o Hezbollah e o Hamas.

Riad e Teerã restabeleceram laços no ano passado após décadas de animosidade sobre a influência regional.

Entre os presentes na reunião de alto nível estavam o presidente palestino Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro interino do Líbano Najib Mikati, o rei da Jordânia Abdullah II e o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi.

Os presidentes Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, e Bashar al-Assad, da Síria, que também estavam na reunião, continuam envolvidos em um conflito em curso devido às operações militares da Turquia no norte da Síria e seu apoio a grupos rebeldes.

O objetivo declarado da reunião de segunda-feira foi “unificar posições” e “exercer pressão” sobre a comunidade internacional para que tome medidas para pôr fim aos “ataques em curso e estabelecer uma paz duradoura” na região, conforme informou a agência estatal do governo saudita.

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