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“Peixe do Juízo Final“ é visto na costa da Califórnia pela terceira vez no ano

O peixe-remo de águas profundas — considerado um prenúncio de más notícias — foi avistado mais uma vez nas margens de Encinitas, na Califórnia, Estados Unidos. Foi a terceira vez que a espécie foi reatada no estado nos últimos três meses, e apenas a 22ª no último século.

O peixe-remo de 2,7 metros foi encontrado nas margens de Grandview Beach em 6 de novembro por Alison Laferrier, do Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade da Califórnia em San Diego, de acordo com uma publicação no Facebook de Scripps.

O espécime morto foi então recuperado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional e transportado para o Centro de Ciências Pesqueiras do Sudoeste, de acordo com a publicação.

“Coletamos amostras e congelamos o espécime, aguardando estudo adicional e preservação final na Coleção de Vertebrados Marinhos”, disse Ben Frable, gerente da Coleção de Vertebrados Marinhos da Scripps, na publicação.

Peixe do Juízo Final

A mitologia japonesa atribui aparições do peixe-remo em águas rasas como precursores de terremotos e tsunamis, de acordo com o Atlas Obscura.

Em 2010, pelo menos uma dúzia foi relatada no litoral do Japão pouco antes de o país ter seu maior terremoto registrado, em março de 2011, destacou a Ocean Conservancy.

Teorias surgiram de que o movimento tectônico que precede os terremotos pode matar os peixeis dessa espécie, fazendo com que eles sejam levados para as praias pouco antes de um terremoto, de acordo com a Natural World Facts.

No entanto, um estudo de 2019 não encontrou correlação entre avistamentos de peixe-remo e a ocorrência de terremotos no Japão, segundo a GeoScience.

A chamada espécie do “juízo final” raramente é vista por humanos e ainda não foi completamente compreendida pelos cientistas, afirma a Ocean Conservancy, pois prospera no ecossistema menos explorado do mar: a zona mesopelágica, que é encontrada a até 900 metros abaixo da superfície do oceano.

“Assim como o peixe-remo anterior, este espécime e as amostras retiradas dele poderão nos contar muito sobre a biologia, anatomia, genômica e história de vida do peixe-remo”, comentou Frable no post.

“Serpentes marinhas”

O primeiro peixe-remo deste ano na Califórnia apareceu em La Jolla Cove em agosto, de acordo com um comunicado de imprensa da Scripps.

O espécime de 3,6 metros de comprimento foi avistado por pessoas em caiaques e mergulhadores perto da praia de San Diego, que fica perto de dois cânions subaquáticos que canalizam águas profundas para a costa.

O animal foi encontrado em boas condições, segundo a nota, e foi levado para exame e preservação para se tornar parte da Coleção de Vertebrados Marinhos da organização.

A coleção é uma das maiores de peixes de águas profundas do mundo, ressaltou a Scripps.

Os peixes-remo são frequentemente descritos como “serpentes marinhas”, observa o instituto, e o longo “corpo prateado em forma de fita” da espécie pode crescer até 9,1 metros.

Os peixes raramente são observados vivos, pois tendem a deixar seus habitats naturais apenas quando estão em perigo, explica a Ocean Conservancy.

Outro peixe-remo foi descoberto em Huntington Beach em setembro, mas estava “bastante degradado”, afirmou Ben Frable, gerente da Coleção de Vertebrados Marinhos da Scripps à CNN.

O motivo pelo qual esses peixes-remo morreram e apareceram na costa permanece desconhecido e pode ser o resultado de muitas variáveis, pondera o especialista.

“Pode ter a ver com mudanças nas condições do oceano e aumento do número de peixes-remo em nossa costa”, observa Frable.

“Isso coincidiu com a recente maré vermelha e os ventos de Santa Ana na semana passada, mas muitas variáveis ​​podem levar a esses encalhes”, adiciona.

Avistamentos dessa espécie nas praias ao longo dos anos deram aos cientistas a chance de aprender mais sobre a misteriosa criatura e suas táticas de sobrevivência, de acordo com o comunicado à imprensa.

“Este peixe-remo apresenta uma rara oportunidade de obter amostras frescas para análise genômica, permitindo-nos estudar as adaptações evolutivas que permitem que esta espécie prospere em ambientes de águas profundas”, destacou Dahiana Arcila, bióloga marinha e curadora da Coleção de Vertebrados Marinhos da Scripps.

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