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Da derrota nas urnas ao 3º indiciamento de Bolsonaro: veja a linha do tempo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado no país.

Desde sua derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diversos fatos o levaram a ser investigado pela Polícia Federal (PF) e a ser alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os casos, além do planejamento de um golpe, estão outros dois indiciamentos:

  • a falsificação do cartão de vacina;
  • e da venda de joias sauditas.

Além disso, há ainda os depoimentos e a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que esteve envolvido nos casos e fez revelações para as autoridades.

Veja a linha do tempo dos casos em que o ex-presidente está envolvido:

30/10/2022 – Bolsonaro é derrotado por Lula

Bolsonaro foi derrotado por Lula no segundo das eleições em 30 de outubro de 2022. O petista teve 50,90% dos votos válidos contra 49,10% do ex-presidente.

1º/11/2022 – Bolsonaro reconhece derrota

O reconhecimento da derrota por Bolsonaro aconteceu após dois dias, em 1º de novembro de 2022.

Na ocasião, ele afirmou que continuaria “cumprindo todos os mandamentos” da Constituição.

23/11/2022 – Bolsonaro volta para o Planalto

Bolsonaro voltou ao Palácio do Planalto em 23 de novembro de 2022, depois de 20 dias de reclusão no Palácio da Alvorada.

Antes, a última vez que ele havia estado no Planalto foi em 3 de novembro daquele ano para um encontro com Geraldo Alckmin (PSB), então vice-presidente eleito.

30/12/2022 – Bolsonaro viaja para Flórida

No final de 2022, Bolsonaro viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, desembarcando no país em 30 de dezembro.

Sua viagem aconteceu para não estar presente na cerimônia de posse de Lula, que aconteceu em 1º de janeiro de 2023, em que teria de fazer passagem da faixa presidencial.

8/1/2023 – Ataque aos Três Poderes

Após os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, Bolsonaro foi às redes sociais e afirmou que manifestações pacíficas fazem parte da democracia.

Mas que depredações e invasões de prédios públicos, “assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”.

“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constiuição, respeitando e defendendo as leis, a democracia e a transparência e a nossa sagrada liberdade”, prosseguiu.

6/3/2023 – PF anuncia apuração de joias sauditas

A PF anunciou a investigação do caso das joias trazidas ilegalmente ao Brasil da Arábia Saudita pelo governo Bolsonaro no começo de março de 2023.

À época, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que poderia ser configurado “os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro”.

O pacote de joias foi entregue pelo presidente do país saudita ao ministro de Minas e Energia à época, Bento Albuquerque, que representava o então presidente Jair Bolsonaro em um evento. O item não foi declarado e ficou apreendido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, pela Receita Federal.

5/4/2023 – Depoimento sobre joias sauditas

O caso que investiga a entrada ilegal no país de joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita foi o primeiro que levou Bolsonaro à PF para prestar depoimento, em 5 de abril de 2023.

Na ocasião, Bolsonaro falou aos agentes da PF que todos os procedimentos foram feitos por ofício, o que demonstraria transparência dos atos praticados. Segundo um aliado, ele teria tomado conhecimento das joias em dezembro de 2022, um ano depois da chegada dos presentes ao Brasil, o que foi relato à PF.

Na mesma data, Cid também prestou depoimento sobre o caso. Ele declarou que buscar presentes recebidos pelo então presidente era algo “normal”, “corriqueiro”, na ajudância de ordens da Presidência.

27/4/2023 – Depoimento sobre ataques aos Três Poderes

O segundo depoimento de Bolsonaro à PF aconteceu em 27 de abril de 2023. Na ocasião, por mais de duas horas, o ex-presidente falou sobre os ataques criminosos do dia 8 de janeiro durante ataques aos Três Poderes em Brasília.

Bolsonaro foi ouvido no inquérito como instigador pelas postagens na internet sobre o resultado das eleições presidenciais de 2022. Principalmente por uma postagem no dia 10 de janeiro de 2023, dois dias após os ataques, na qual questionava, mais uma vez, as urnas eletrônicas e o resultado eleitoral, mas foi apagada logo em seguida.

Segundo a PF, os “instigadores” são aqueles que, de alguma forma, alimentaram e instigaram ações de quem não aceitava o resultado das urnas, o que culminou nos atos antidemocráticos.

Na ocasião, afirmou que fez a publicação do vídeo após estar medicado por morfina. Ele explicou que tentou compartilhar a postagem para seu WhatsApp pessoal, acabou fazendo em seu Facebook.

3/5/2023 – Busca e apreensão contra Bolsonaro, e Cid preso

Em maio de 2023, a PF realizou busca e apreensão em um endereço ligado a Bolsonaro em Brasília e prendeu Mauro Cid.

As ações fizeram parte da Operação Venire, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação do ex-presidente contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

Também foram presos Max Guilherme e o Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, além do secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias/RJ, João Carlos de Sousa Brecha.

3/5/2023 – Bolsonaro diz que operação da PF foi feita para “esculachar”

Após a operação, Bolsonaro disse que a questão foi feita para “esculachar” e disse que nunca haviam solicitado seu cartão de vacinação para entrar nos Estados Unidos.

“Essa questão de hoje receber a PF, não há dúvida, eu chamo de operação para te esculachar”, falou o ex-presidente.

Ele disse que os policiais tocaram a campainha por volta das 6h15 e, depois de se certificar que eram mesmo policiais, ele abriu a porta. “Fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve falta de educação, acredito até que senti um constrangimento de alguns policiais federais.”

“Falei para eles que nunca havia tomado a vacina, em especial depois que li a ‘bula da Pfizer’”, falou Bolsonaro.

16/5/2023 – Depoimento sobre fraude em cartão de vacinação

O terceiro depoimento aconteceu em 16 de maio de 2023 quando Bolsonaro foi ouvido no âmbito da investigação que apura supostas fraudes em cartões de vacina da Covid-19.

No começo daquele mês, quatro pessoas ligadas a Bolsonaro foram presas pela PF suspeitas de fazerem parte de um esquema de inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

A PF quis saber de Bolsonaro se ele tinha conhecimento da manipulação de dados nos cartões de vacina no nome dele e de familiares, como sua filha de 12 anos com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo fontes, ele afirmou que não pediu a ninguém para falsificar cartões de vacinação contra Covid-19, nem para inserir dados no Conecte SUS em seu nome. Bolsonaro transferiu a responsabilidade aos seus auxiliares, mas sem culpá-los diretamente.

18/5/2023 – Cid presta depoimento sobre cartão de vacinação

Dois dias após Bolsonaro, Cid foi à PF para prestar depoimento sobre a fraude em cartão de vacinação.

Entretanto, ele permaneceu em silêncio.

18/5/2023 – “Que cada um siga sua vida”

Depois de Cid ter ficado em silêncio, Bolsonaro fez elogios ao ex-ajudante de ordens, a quem chamou de “excelente oficial do Exército”.

“Peço a Deus que não tenha errado e… cada um siga sua vida. Nós não fizemos… nós procuramos fazer tudo certo”, prosseguiu o ex-presidente.

22/5/2023 – Novo depoimento de Cid

Quatro dias após ter ficado em silêncio, Cid prestou um novo depoimento à PF.

Desta vez, o tenente-coronel do Exército foi chamado para falar no âmbito do inquérito que investiga as joias entregues pelo governo da Arábia Saudita ao Brasil.

Segundo fontes relataram à CNN, o militar respondeu a todas as perguntas feitas pelo delegado Adalto Machado, responsável pela investigação, e reforçou que fazia parte de seu trabalho como ajudante de ordens buscar presentes para a Presidência da República.

Cid ainda afirmou ainda que Bolsonaro teria pedido a ele para “verificar” a situação das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas na alfândega e incorporar ao acervo da Presidência.

7/6/2023 – PF encontra mensagens sobre GLO em celular de Cid

No começo de junho de 2023, a PF encontrou no celular de Cid uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos que seriam destinados a dar suporte ao governo em um eventual golpe de Estado, segundo investigadores.

A GLO é uma operação militar que permite exclusivamente ao presidente da República convocar as Forças Armadas nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública em graves situações de perturbação da ordem.

Os documentos recolhidos por Cid estavam em mensagens trocadas com o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, preso junto com Cid no início de maio, na operação que apura fraudes em cartões de vacinação.

11/7/2023 – Cid presta depoimento à CPMI do 8 de janeiro

Cid foi ouvido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investigava os atos de 8 de janeiro. Entretanto, ele permaneceu em silêncio.

O militar havia conseguido um habeas corpus que lhe garantia ficar em silêncio em perguntas que poderiam produzir provas contra si mesmo.

No entanto, ele fez uso do direito ao silêncio em todos os questionamentos e não respondeu a nenhuma pergunta feita pelos parlamentares por mais de sete horas. Se recusou, inclusive, a responder perguntas básicas, como informar a própria idade.

24/8/2023 – Cid fica em silêncio em CPI da Câmara do DF

No fim de agosto de 2023, Cid ficou em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal sobre os atos de 8 de janeiro.

Após uma declaração inicial de cerca de quatro minutos na qual descreveu as funções da ajudância de ordens, Cid comunicou que exerceria seu direito de permanecer em silêncio.

28/8/2023 – Cid presta novo depoimento à PF

Em um novo depoimento à PF, Cid sinalizou que pretendia fazer uma confissão sobre o caso das joias que teriam sido dadas como presentes à Presidência.

Na ocasião, ele favala também no âmbito do inquérito que apura as ações do hacker Walter Delgatti Neto, preso por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

31/8/2023 – Segundo depoimento sobre joias sauditas

Bolsonaro compareceu à PF em 31 de agosto de 2023 para um segundo depoimento sobre as joias sauditas.

Dessa vez, porém, ele permaneceu em silêncio.

A decisão, segundo apuração da CNN, foi tomada depois que a defesa de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro obteve informações de que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid depôs e fez confissões importantes à PF.

Com a mudança na decisão, a defesa não quis se comprometer e decidiu combinar entre Bolsonaro, Michelle, o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara e o advogado de Bolsonaro, Wajngarten, que todos ficariam em silêncio.

9/9/2023 – STF homologa delação premiada e concede liberdade provisória a Cid

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou, em 9 de setembro de 2023, a delação premiada de Cid e autorizou sua liberdade provisória.

Entretanto, Cid deveria cumprir algumas medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e também à noite, afastamento das funções no Exército e proibição de contato com outros investigados.

21/9/2023 – Cid diz em delação que Bolsonaro discutiu plano de golpe com Forças Armadas

Em sua delação à PF, Cid disse que Bolsonaro se reuniu com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir detalhes de um plano de golpe para não deixar o poder. O encontro teria ocorrido quando o ex-presidente ainda estava no comando do país, após as eleições de 2022.

Segundo fontes com acesso à investigação, Cid detalhou duas situações. Em uma delas, cita que Bolsonaro recebeu em mãos uma minuta golpista. Em outro momento, o ex-ajudante de ordens detalha a reunião com a cúpula militar.

18/10/2023 – Depoimento sobre empresários de apoiar golpe de Estado

Em outubro de 2023, Bolsonaro esteve numa oitiva do inquérito investiga empresários suspeitos de apoiar um golpe de Estado em conversas num grupo de WhatsApp.

Segundo Bolsonaro, a orientação da defesa foi entregar o depoimento por escrito e “continuar batendo na tecla da competência, que não é do STF [Supremo Tribunal Federal], os meus advogados entendem que é da primeira instância”.

Conforme revelado pelo analista da CNN Caio Junqueira, a Polícia Federal viu elo entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o empresário Meyer Nigri na disseminação de fake news sobre o sistema eleitoral em grupos de WhatsApp.

No relatório da PF, o empresário recebe no dia 26 de junho de 2022 uma mensagem de WhatsApp do contato “Bolsonaro 8” referente ao ministro do STF Luís Roberto Barroso. A mensagem diz que Barroso “mente” e que há um “desserviço à democracia dos três ministros do TSE/STF” que faz “somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições”.

Nigri então responde ao contato “Bolsonaro 8”: “Já repassei para vários grupos. Faz tempo que não nos falamos. Como vc tá? Abs de Veneza”.

O ex-presidente já confirmou o envio da mensagem e reiterou no dia que mandava mensagens, em sua grande parte, sobre matérias da imprensa.

22/2/2024 – Depoimento sobre tentativa de golpe de Estado

Em fevereiro deste ano, Bolsonaro esteve na PF para falar no âmbito da investigação que apura suposta tentativa de golpe de Estado. Entretanto, o ex-presidente permaneceu em silêncio e ficou por cerca de quatro minutos perante os oficiais.

Sua defesa afirmou que a atitude foi tomada porque não teve acesso integral aos elementos da investigação.

“Até que se tenha o legítimo e amplo acesso à investigação, o presidente Bolsonaro não prestará qualquer declaração, não abdicando de fazê-lo tão logo lhe seja garantido o referido acesso”, afirmaram os advogados.

Eles disseram ainda que há elementos mantidos ocultos como, por exemplo, os termos de declarações da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Os advogados também argumentaram que não tiveram acesso integral as provas que teriam sido extraídas de celulares e computadores apreendidos.

12/3/2024 – Cid presta novo depoimento à PF

Por mais de oito horas, Cid foi questionado pela PF sobre as investigações do plano golpista, do escândalo das joias, do registro falso de vacina e da “Abin paralela”.

A oitiva, nas palavras de agentes da PF, teve como objetivo fechar pontos que estavam ambíguos ou abertos de oitivas anteriores do militar da ativa. Na avaliação de investigadores, o longo depoimento serviu para “fechar os pontos que estavam em aberto” da investigação.

Segundo agentes da investigação, Cid foi perguntado se tinha conhecimento de que o ex-presidente Jair Bolsonaro planejava um plano para se manter no poder.

O militar, porém, manteve a versão anterior, de acordo com integrantes da PF: de que foi discutida uma minuta de decretação de estado de defesa, mas que não pode afirmar que o então presidente planejava um golpe.

À PF, Cid disse que o ex-presidente se reuniu com generais após perder as eleições de outubro de 2022, mas negou ter participado do encontro em que o alto escalão das Forças Armadas teria debatido os termos da minuta de um golpe de Estado.

Segundo apurou a CNN, Cid também confirmou que Freire Gomes era contra a decretação de um estado de defesa, presente na chamada “minuta do golpe”.

19/03/2024 – Bolsonaro e Cid indiciados por fraude em cartão de vacina

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Mauro Cid, e outras 15 pessoas em 19 de março por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.

Segundo apurou a CNN na época, os dois foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos.

A PF investiga a ação de uma associação criminosa que teria feito registros falsos de doses contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas.

22/3/2024 – Cid presta depoimento ao STF

Em depoimento ao STF, Cid negou que tenha sido coagido por policiais durante o depoimento de sua colaboração premiada.

O tenente-coronel foi convocado para prestar esclarecimento um dia após a revista “Veja” revelar áudios em que o ex-ajudante de ordens afirma ter sido pressionado por agentes da investigação a relatar fatos que não aconteceram. Chegou a dizer que Moraes já tinha a sentença pronta.

Durante o depoimento, Cid optou por uma postura mais cautelosa em relação ao tom adotado nos áudios. Ele admitiu a autoria dos áudios, mas argumentou que teria sido um desabafo e que estava em um “momento ruim” quando decidiu enviar as mensagens.

Na oitiva, o militar também afirmou que deseja manter sua delação premiada nas mesmas regras em que ela foi acordada.

22/3/2024 – Cid é preso novamente

Após o término da audiência no STF de confirmação dos termos da colaboração premiada, que durou cerca de uma hora e meia, foi expedido o mandado de prisão preventiva por Moraes, após descumprimento das medidas cautelares e por obstrução de Justiça.

Ele estava solto desde setembro de 2023, depois de ficar quase quatro meses na prisão.

A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Cid. A rua da residência dele foi isolada para o cumprimento do mandado. O celular da esposa do ex-ajudante de ordens, Gabriela Cid, foi apreendido pela PF.

3/5/2024 – Cid deixa prisão

No começo de maio, Cid deixou o Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, onde estava preso.

O tenente-coronel teve liberdade provisória, concedida mediante medidas cautelares, as mesmas que haviam sido impostas em setembro do ano anterior.

18/6/2024 – Cid presta novo depoimento à PF

Em nova oitiva na PF, Cid afirmou desconhecer a existência de uma nova joia recebida pelo ex-presidente e que teria sido negociada nos Estados Unidos.

Como mostrou a CNN, Cid, em conversas com interlocutores, alegou que, se houve comercialização de uma joia, ela ocorreu por terceiros e sem o seu conhecimento.

Mauro Cid afirmou um acordo de colaboração premiada e, portanto, tem o compromisso de dizer a verdade à Polícia Federal, sob pena de perder os benefícios da delação.

4/7/2024 – Bolsonaro indiciado por venda de joias sauditas

Em julho, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciadas no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.

O ex-presidente é acusado de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

Uma equipe da PF viajou aos Estados Unidos durante duas semanas e voltou com os elementos que faltavam para finalizar o inquérito das joias. A força policial contou com cooperação internacional do FBI.

Após visitarem quatro cidades norte-americanas, os agentes colheram, entre outras provas, imagens de câmeras de segurança das lojas onde, por exemplo, foram negociados relógios.

A PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Documentos — como anotações, notas fiscais e fotos — também foram confiscados, com autorização das autoridades norte-americanas.

7/11/2024 – Arquivos apagados do celular de Cid

A PF passou a considerar um novo depoimento de Cid após mensagens com teor golpista serem confiscadas para inclusão no inquérito, com autorização do STF.

Os arquivos foram apagados de seu computador, entretanto os agentes conseguiram recuperá-los.

19/11/2024 – PF faz operação contra grupo que planejou matar Lula, Alckmin e Moraes

No começo desta semana, a PF fez uma operação contra o grupo que planejou matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, o grupo – formado em sua maioria por militares das Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos” – visava um golpe de estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.

Os agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Entre os alvos, estão quatro militares (incluindo um general da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro) e um policial federal.

21/11/2024 – Bolsonaro indiciado por plano de golpe

A PF indiciou Bolsonaro no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022, em que ele saiu derrotado.

Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo Mauro Cid.

21/11/2024 – Cid presta depoimento a Moraes

Cid prestou um novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes.

O STF informou que Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Cid ao considerar que o militar “esclareceu as omissões e contradições” apontadas pela Polícia Federal (PF). “As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”.

A oitiva durou cerca de três horas. Cid teve de explicar as contradições entre os depoimentos que já deu em sua colaboração premiada e as investigações da PF sobre os planos para matar autoridades, incluindo o próprio Moraes.

Bolsonaro é indiciado pela terceira vez; saiba os inquéritos da PF

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