O advogado José Luis de Oliveira Lima, que assumiu a defesa do general Walter Souza Braga Netto, detalhou em entrevista ao CNN 360° desta terça-feira (24) o pedido de reconsideração da prisão do militar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Oliveira Lima, um dos mais renomados criminalistas do país, afirmou que Braga Netto, preso há 10 dias, mantém a “serenidade do inocente”.
O advogado ressaltou o histórico do general, com mais de 42 anos de serviço prestado ao Exército Brasileiro “sem qualquer mácula”.
Colaboração questionada
O criminalista criticou duramente a colaboração premiada que embasou a prisão de Braga Netto, classificando-a como “mentirosa” e “não amparada em provas”.
Segundo ele, o colaborador, tenente-coronel Mauro Cid, prestou mais de 11 depoimentos com relatos “absolutamente surreais”.
“Não é verdade, e quem diz isso são os autos, que o general Braga Netto teria tentado obter informações sobre o teor da fala do tenente-coronel Mauro Cid”, afirmou o advogado, contestando o relatório da Polícia Federal.
Negativa de participação em plano golpista
Oliveira Lima negou categoricamente a participação de Braga Netto em qualquer plano de golpe de Estado. “O general Braga Netto não participou de nenhum plano de golpe neste país, isso precisa ficar claro”, declarou.
O advogado também refutou as acusações de que o general teria financiado a atuação dos chamados “kids pretos”, classificando a alegação como “fantasiosa” e sem provas.
A defesa solicitou que Braga Netto seja ouvido pelas autoridades para esclarecer sua versão dos fatos. Oliveira Lima também criticou o fato de não ter tido acesso ao acordo de colaboração que fundamentou a prisão de seu cliente, o que, segundo ele, dificulta a contestação das acusações.